5.11.09

Porque tem dias que a gente acorda assim mesmo. Nublados.
Os pensamentos são cobertos por um cinza agonizante. As idéias ficam confusas, como se cobertas por neblina, se perdessem em alguma parte irracional da consciência.
E o dia passa arrastado. Como um dia de chuva.
Dia desses acordei assim. Cinza. Perdida no tempo. Pois nesses dias não há diferença entre tarde, dia, amanhecer. É tudo gris. Principalmente aqui dentro.
Mas o céu insiste em se abrir. Dizem que depois da tempestade sempre vem o sol.
E o dia anda sorrindo pra mim, como há tempos não sorria.
Deve ser coisa da prima Vera, ela sempre apronta dessas comigo.
E eu fico de cá, pensando que a felicidade não deve ser um porto seguro, que ela passa pelos furacões, que vêm arrancando tudo, quebrando o vidro de nossas casas e levando os telhados junto, aguenta os ventos fortes e até os raios que caem sobre nossas cabeças.
Mas quando menos se espera ela aparece, como aquele raiozinho catita que insiste em furar a barreira de neblina e lumiar tudo, e que acaba irradiando tanto que a gente quase se esquece que até pouco tempo atrás era tudo chuva.

3 comentários:

  1. "Mas quando menos se espera ela aparece...insiste em furar a barreira de neblina"

    ela sempre aparece, e vem vestida como a gente quer que venha. Agora? um novo visual. =)

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  2. Mas são nos dias nublados que nos encontramos mais, que verdadeiramente descobrimos e sentimos quem somos, percebemos nossos defeitos, averiguamos nossas relações e o pensamento de que tudo vai melhorar nos mantém aquecidos, mesmo que o tempo esteja frio, mesmo que a água que cai do céu seja gelada e nos corte de saudade, desejo a você não só dias de sol, porque a felicidade pode nos alienar e transformar no que achamos que somos, mas desejo também vários dias nublados para que você não esqueça nunca de quem verdadeiramente é.


    Obs.: Parabéns pelo blog, te admirarei sempre.

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  3. Ainda quero muito saber quem é o(a) dono(a) do segundo comentário anônimo.
    Gostei muito do que escreveu.

    Um sopro.

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