Bloqueio.
Eu peço, eu imploro, eu ordeno. Mas elas não me odebecem mais.
Se não forem suas, já não fazem mais questão de ser. Me refiro à essas palavras mal-ditas que agora habitam minha cabeça e que lá se multiplicam a cada sorrateiro pensamento, a cada suspiro nostálgico, em cada lembrança solta...
E se não forem suas, também não quero mais que sejam.
Pois que fiquem por aqui atormentando meus dias e ocupando todo vestígio de vazio que poderia haver. Me embriago delas pra suprir a falta que você me faz.
Pois vão-se os amores mas ficam-se as palavras.
Quem quiser agora que me leia.
Ego e Latrina
26.10.10
4.8.10
18.6.10
Engraçadas essas semanas onde tudo muda, como se depois de um súbito estouro, partículas de coisas novas e idéias novas e horizontes novos penetrassem naquele nosso quartinho trancado da cabeça onde tudo antes era embaçado e sem sentido.
Engraçado também, como nessas mesmas semanas, percebemos que existem sentimentos imutáveis, que permanecem ali firmes e fortes, crescendo insistentemente, sem perceber que o coração da gente é pequeno, que mal cabe dentro do peito.
E eles vão crescendo e inundando tudo, criando raízes profundas (cada vez mais profundas) que acabam se confundindo às veias e de repente, como num passe de mágica, você já não sabe mais se você é você mesma ou se é toda amor.
Engraçado também, como nessas mesmas semanas, percebemos que existem sentimentos imutáveis, que permanecem ali firmes e fortes, crescendo insistentemente, sem perceber que o coração da gente é pequeno, que mal cabe dentro do peito.
E eles vão crescendo e inundando tudo, criando raízes profundas (cada vez mais profundas) que acabam se confundindo às veias e de repente, como num passe de mágica, você já não sabe mais se você é você mesma ou se é toda amor.
17.4.10
31.3.10
Decidi voltar. E foi assim mesmo, como um cãozinho arrependido.
Enfiei o rabo entre as pernas e a caneta no meio dos dedos. Escrevi.
E tudo foi saindo instantâneamente e inconsciente, como se o papel sentisse a minha falta.
E eu a dele.
O problema é que elas queriam sair todas de uma só vez. Sim, as palavras.
Seria melhor se formassem uma fila. Já disse.
E agora?
Agora estamos aí de novo!
(Para Joanna)
17.11.09
Acordo.
Acordo e, ainda com gosto de sono na boca, sinto uma forte necessidade de ti. Para me manter acordada, para me fazer sentir que o dia começou de verdade.
Desperto e já te procuro pela casa. Seu cheiro me guia. Seu gosto me deixa viva.
Vivo.
Aguento o peso do dia com fortes doses de você.
(Porque) é você quem tira meu sono. É você quem me deixa acesa .
Insônia. Insana.
Me vicio. Me entorpeço.
Já não consigo mais sem você.
- Café!
Acordo e, ainda com gosto de sono na boca, sinto uma forte necessidade de ti. Para me manter acordada, para me fazer sentir que o dia começou de verdade.
Desperto e já te procuro pela casa. Seu cheiro me guia. Seu gosto me deixa viva.
Vivo.
Aguento o peso do dia com fortes doses de você.
(Porque) é você quem tira meu sono. É você quem me deixa acesa .
Insônia. Insana.
Me vicio. Me entorpeço.
Já não consigo mais sem você.
- Café!
5.11.09
Porque tem dias que a gente acorda assim mesmo. Nublados.
Os pensamentos são cobertos por um cinza agonizante. As idéias ficam confusas, como se cobertas por neblina, se perdessem em alguma parte irracional da consciência.
E o dia passa arrastado. Como um dia de chuva.
Dia desses acordei assim. Cinza. Perdida no tempo. Pois nesses dias não há diferença entre tarde, dia, amanhecer. É tudo gris. Principalmente aqui dentro.
Mas o céu insiste em se abrir. Dizem que depois da tempestade sempre vem o sol.
E o dia anda sorrindo pra mim, como há tempos não sorria.
Deve ser coisa da prima Vera, ela sempre apronta dessas comigo.
E eu fico de cá, pensando que a felicidade não deve ser um porto seguro, que ela passa pelos furacões, que vêm arrancando tudo, quebrando o vidro de nossas casas e levando os telhados junto, aguenta os ventos fortes e até os raios que caem sobre nossas cabeças.
Mas quando menos se espera ela aparece, como aquele raiozinho catita que insiste em furar a barreira de neblina e lumiar tudo, e que acaba irradiando tanto que a gente quase se esquece que até pouco tempo atrás era tudo chuva.
Os pensamentos são cobertos por um cinza agonizante. As idéias ficam confusas, como se cobertas por neblina, se perdessem em alguma parte irracional da consciência.
E o dia passa arrastado. Como um dia de chuva.
Dia desses acordei assim. Cinza. Perdida no tempo. Pois nesses dias não há diferença entre tarde, dia, amanhecer. É tudo gris. Principalmente aqui dentro.
Mas o céu insiste em se abrir. Dizem que depois da tempestade sempre vem o sol.
E o dia anda sorrindo pra mim, como há tempos não sorria.
Deve ser coisa da prima Vera, ela sempre apronta dessas comigo.
E eu fico de cá, pensando que a felicidade não deve ser um porto seguro, que ela passa pelos furacões, que vêm arrancando tudo, quebrando o vidro de nossas casas e levando os telhados junto, aguenta os ventos fortes e até os raios que caem sobre nossas cabeças.
Mas quando menos se espera ela aparece, como aquele raiozinho catita que insiste em furar a barreira de neblina e lumiar tudo, e que acaba irradiando tanto que a gente quase se esquece que até pouco tempo atrás era tudo chuva.
Poeminha pra Gisa (pra rir)
que a vida não é só gargalhada
Cuidado que ela pode fazer,
que nem fez sua empregada
que além de te assaltar,
ainda te fez segurar a escada."
Entenda melhor lendo: http://olhodetornado.blogspot.com/2009/11/poeminha-pra-gisa-pra-rir-relato-da.html
Porque tem gente que, definitivamente, não nasceu pra acertar. E por mais que insistam, por mais que tentem, sempre acabam com o triste fim dos que erram.
Estou falando isso porque tenho uma amiga assim. A Ana é assim.
E o pior é que ela sempre insiste em acertar, mas parece que está tudo tão impregnado nela que o esforço é sempre em vão.
Uma vez eu disse a Ana pra viver, pra simplesmente ir levando, um dia de cada vez, sem muita preocupação em fazer a coisa certa. E a Ana, assim com um olhar perdido, me disse que já havia nascido errada, e que pra pessoas assim como ela era melhor nem tentar.
Mas depois de muito pensar, de muito matutar a Ana me deu razão quando eu sugeri o clichê de ir levando a vida, mas como era de se esperar ela acabou fazendo suas alterações. Disse que viveria sim, da maneira mais simples, mas que mudaria um pouco as coisas. Disse que agora no seu novo mundo quem erra tem sempre razão. Que todos olharão com outros olhos aos errantes, aos errados, aos esquerdos, aos tortos e aos gauches.
Ela me garantiu que agora tudo vai ser diferente, em um lugar onde ninguém mais a condenará por viver às margens do que, antes, chamavam de certo. Em um lugar onde trocar os pés pelas mãos não mais será motivo para alarme.
Um viva à Ana! E mais um ao novo mundo da Ana.
Estou falando isso porque tenho uma amiga assim. A Ana é assim.
E o pior é que ela sempre insiste em acertar, mas parece que está tudo tão impregnado nela que o esforço é sempre em vão.
Uma vez eu disse a Ana pra viver, pra simplesmente ir levando, um dia de cada vez, sem muita preocupação em fazer a coisa certa. E a Ana, assim com um olhar perdido, me disse que já havia nascido errada, e que pra pessoas assim como ela era melhor nem tentar.
Mas depois de muito pensar, de muito matutar a Ana me deu razão quando eu sugeri o clichê de ir levando a vida, mas como era de se esperar ela acabou fazendo suas alterações. Disse que viveria sim, da maneira mais simples, mas que mudaria um pouco as coisas. Disse que agora no seu novo mundo quem erra tem sempre razão. Que todos olharão com outros olhos aos errantes, aos errados, aos esquerdos, aos tortos e aos gauches.
Ela me garantiu que agora tudo vai ser diferente, em um lugar onde ninguém mais a condenará por viver às margens do que, antes, chamavam de certo. Em um lugar onde trocar os pés pelas mãos não mais será motivo para alarme.
Um viva à Ana! E mais um ao novo mundo da Ana.
18.9.09
Penso que as horas só podem ter algo contra mim. Não é possível que passem assim tão depressa e insistam em me perturbar.
Digo isso porque preciso de tempo.
Tempo para andar sozinha e observar as pessoas, observar as ruas, olhar fixamente para um ponto e só depois me dar conta de que no fundo eu não olhava para nada, só pensava.
Preciso de tempo para ler um livro e degustar cada palavra. Ouvir um cd e me entorpercer de cada som.
Preciso de tempo pro meu violão, que corre sérios riscos de ficar com as cordas atrofiadas.
Preciso de tempo pra ficar em casa, sozinha, assistir um filme repetido deitada no tapete da sala e no final me dar conta de que eu estou chorando, de novo, pela mesma cena e , ainda, pensar no quanto aquela coadjuvante se parece comigo.
Preciso de tempo para os meus amigos. Tempo para o vinho na praça, para as conversas intermináveis, para os abraços apertados, para os ombros molhados e para os sorrisos.
Preciso de tempo pra escrever. Na verdade, preciso mesmo é de mais tempo pra pensar.
Preciso de tempo para amar. Tempo para andar de mãos dadas, tempo para os olhares apaixonados e para as cartas trocadas.
E o mais importante: preciso de tempo pra mim. Preciso do meu tempo. Tempo pra me olhar no espelho, pra fazer as unhas, pra cortar os cabelos. Tempo pra cantar. Tempo pra perder tempo. Tempo pra deixar o tempo passar.
Tempo.
Digo isso porque preciso de tempo.
Tempo para andar sozinha e observar as pessoas, observar as ruas, olhar fixamente para um ponto e só depois me dar conta de que no fundo eu não olhava para nada, só pensava.
Preciso de tempo para ler um livro e degustar cada palavra. Ouvir um cd e me entorpercer de cada som.
Preciso de tempo pro meu violão, que corre sérios riscos de ficar com as cordas atrofiadas.
Preciso de tempo pra ficar em casa, sozinha, assistir um filme repetido deitada no tapete da sala e no final me dar conta de que eu estou chorando, de novo, pela mesma cena e , ainda, pensar no quanto aquela coadjuvante se parece comigo.
Preciso de tempo para os meus amigos. Tempo para o vinho na praça, para as conversas intermináveis, para os abraços apertados, para os ombros molhados e para os sorrisos.
Preciso de tempo pra escrever. Na verdade, preciso mesmo é de mais tempo pra pensar.
Preciso de tempo para amar. Tempo para andar de mãos dadas, tempo para os olhares apaixonados e para as cartas trocadas.
E o mais importante: preciso de tempo pra mim. Preciso do meu tempo. Tempo pra me olhar no espelho, pra fazer as unhas, pra cortar os cabelos. Tempo pra cantar. Tempo pra perder tempo. Tempo pra deixar o tempo passar.
Tempo.
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